Onde você estava
oito anos atrás? O que você fazia? Eu estava entrando na faculdade. Tinha 17
anos. Dirigir? Nem pensar. Muita coisa aconteceu na minha vida nesse tempo.
Namorei, terminei e namorei de novo. Terminei graduação, mestrado e agora sou
doutorando. A copa chegou na África e voltou ao Brasil. A chama olímpica
conheceu o Rio e voltou a brindar o Tâmisa. Mudamos de presidente, duas vezes.
Imagino que se você parar pra pensar em tudo que aconteceu nesse tempo muito
passará pela memória e muito mais passará batido junto com a areia do tempo.
Mas esse texto não
é sobre mudanças. Esse texto é para humildemente falar de uma história sólida.
Como ferro. Em 2009 chegava ao alvinegro cearense, João Marcos Alves Ferreira. Quantas
vezes o observei. Formou assim que chegou um dos meios-campos mais sólidos a
passar pelo Nordeste com Michel e Heleno. Nascia um novo ídolo.
João comemora seu segundo acesso à Série A com a camisa do Ceará
Durante esses oito
anos consolidou a fama e a forma de volante. Tornou-se indispensável,
idolatrado. Participou de uma das fases de maior sucesso do time que amo. Cinco
estaduais, uma copa do Nordeste invicto, 2 acessos. Incontáveis momentos de
extravaso ao vê-lo encerrando a jogada adversária sem pestanejar. Com sobras.
Se duvidares, pergunte ao Neymar.
Em um futebol tão
mercantilizado em que vivemos é comum escutar que os jogadores de hoje não são
como os de outrora. Ficamos a escutar as histórias de torcedores com mais tempo
de bancada sobre os ídolos que construíram a história do time que amamos.
Contudo, é nosso dever estar atento para quando a história passa diante dos
nossos olhos. Quando novos ídolos nascem.
João Marcos já possui
bandeira, música e história no Ceará Sporting Club. Acertadamente terá
treinamento e um emprego nas bases do clube. Terá também a memória de centenas
de milhares de torcedores que dirão ao seus filhos, “sim filho, eu vi o João
Marcos jogando” e riremos quando nossos filhos ou netos não acreditarem nos
lances. Terá sempre o nome em cada conquista. Terá sempre o meu muito obrigado!
Com João, o Ney não se cria...
Oliveira Terceiro
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