terça-feira, 29 de novembro de 2016

Quando o dia não termina.


6:48 da manhã. Não sei porque, hoje não precisei de despertador pra acordar. Cumpro o ritual cotidiano: agarro o celular que está a carregar na cabeceira pra checar o WhatsApp. 78 mensagens de 6 conversas. Algo de estranho aconteceu. Não é normal tamanha quantidade de mensagens enviadas de madrugada. Letárgico, começo a abrir os chats. A vista ainda embaçada apenas me permite vislumbrar algumas palavras soltas: avião, Chapecoense, desastre, 70 mortos....aos poucos, conforme o sono se vai e a incredulidade se instala, começo a entender o que aconteceu. Não teve mais ritual cotidiano, não teve café da manhã, não teve nada. Sentado fiquei, até perceber que se não saísse rápido, chegaria atrasado no trabalho. Nesse meio tempo, frenéticas vezes atualizava o facebook, a Globo.com, lia as mensagens que chegavam no WhatsApp, na vã esperança de que tudo fosse um engano, que logo o equívoco se esclareceria. Não foi. Confirmou-se a maior tragédia esportiva da história do país.

Ao longo do dia as informações iam chegando, desencontradas e trágicas. O time de ascensão meteórica, o xodó de todo torcedor brasileiro, estava dizimado. O jogo que nos preparávamos pra acompanhar e torcer na quarta-feira, eu e os amigos, não mais aconteceria. Foram-se multiplicando as homenagens ao redor do mundo. Craques de renome mundial como Beckham, Rooney, Casillas, Neymar, DeGea, Ronaldinho Gaúcho, Pelé, Maradona, Raul, Ballack, Schweinsteiger, dentre vários outros, postaram suas condolências. Nas redes sociais, a maioria das equipes brasileiras trocou seus escudos por brasões enlutados da Chape. Treinos de Real Madrid, Barcelona, além do jogo do Liverpool contra o Leeds pela Copa da Liga tiveram minutos de silêncio. A torcida do Copenhagen FC levou faixas de apoio no jogo de seu time hoje à tarde. O mundo esportivo, especialmente do futebol, se vestiu de luto.  

O time que conquistou a simpatia dos torcedores de todos os clubes

Ao mesmo tempo, gestos concretos de solidariedade começaram a surgir de todos os lugares: os times brasileiros comprometeram-se a emprestar jogadores a custo zero à Chape, assim como propuseram a imunidade do clube ao rebaixamento na série A nacional por três anos. O Libertad – PAR disponibilizou seu elenco, caso o time catarinense decida entrar em campo para jogar a final da Copa Sul-Americana, além da rodada de encerramento do Brasileirão. Mas talvez o gesto mais bonito tenha vindo do adversário que o time enfrentaria na final de amanhã. O Atlético Nacional de Medellín enviou solicitação à Conmebol - que, como em tudo que se envolve, ameaça atrapalhar - pedindo a declaração da Chapecoense como campeã da Copa Sul-Americana de 2016. Todos querem demonstrar seu carinho ao time catarinense.

Mas, e agora? Por enquanto, todos os jogos – a final da Copa, assim como os do Brasileirão e Copa do Brasil – foram adiados. A cidade que abraçou o time chora seus mortos. O mais importante nesse momento é cuidar dos sobreviventes, garantindo-lhes o pronto restabelecimento, e providenciar para que os familiares e a cidade tenham a oportunidade de dar adeus aqueles que tantas alegrias trouxeram nos últimos anos ao povo de Chapecó. São muitas histórias tristes, muitos corações arrebentados pela dor da partida que necessitarão de tempo para serem curados. Como estará a mulher do atacante Thiaguinho, que recentemente descobriu que seria pai pela primeira vez? O filho do técnico Caio Jr, que não embarcou com a equipe por ter esquecido o passaporte? A família do goleiro(e herói) Danilo, após saber que, mesmo tendo sido resgatado com vida, não sobreviveu aos ferimentos?   

O herói da classificação na semi-final deixa um filho de 2 anos

Diante de tanta dor, em entrevista ao Bom Dia Brasil, um emocionado presidente do Conselho Deliberativo, Plínio David de Nes Filho, disse que o sonho acabou. Foram as mesmas palavras utilizadas pelo fundador do time, Alvadir Pelisser, de 80 anos e que se recupera de um AVC sofrido em janeiro último. Mas eu, assim como todos os amantes do futebol, dizemos que não. O sonho foi apenas posto em espera. A Chape é gigante. Com a ajuda de sua magnífica torcida, dos clubes do Brasil e do exterior e de todo o mundo do futebol, temos certeza que o Índio Guerreiro de Condá dará a volta por cima. Exemplos não faltam, que o digam Brasil de Pelotas e Manchester United (este último também acometido por uma tragédia aérea em Munique, na Alemanha, no ano de 1958, que esfacelou uma das gerações mais brilhantes que o time já teve e que, dez anos depois, após intenso trabalho de recuperação, foi campeão da Champions League com o mesmo técnico da época do acidente, Sir Matt Busby, além do destaque e maior artilheiro da história do time até hoje, Sir Bobby Charlton, que também estava no avião acidentado).

É hora de juntar os cacos. Que a memória dos que hoje perderam a vida enquanto lutavam pela realização de seus sonhos e os sonhos de todo um povo, seja inspiração e exemplo para os que aqui ficaram. Que não esmoreçam diante da gigantesca batalha que se avizinha e que tenham forças para manter e elevar a Chape aonde ela merece estar.

O vestiário que dias antes presenciava uma festa, agora silencia



Como católico, rezo ao bom Deus para que acolha às almas dos falecidos, dando o conforto e consolo aos seus familiares.  



A equipe do blog deseja aos sobreviventes uma rápida e completa recuperação, assim como envia aos familiares e amigos de todos os envolvidos – jogadores, tripulantes e profissionais da imprensa – nossas mais sinceras e profundas condolências. Deseja ainda, por mais clichê que pareça, que cada um de nós saiba fazer do hoje o dia mais especial de nossas vidas. Que amemos e abracemos nossos pais, que digamos a nossos cônjuges o quanto são importantes para nós, que façamos o máximo bem possível enquanto podemos, tendo sempre em nossa mente a consciência da finitude do que chamamos vida.  


#forçaChape    


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A história não cabe no pôster

Caso você acompanhe futebol minimamente, você sabe que o Palmeiras foi campeão brasileiro em 2016. Dentre muitas histórias que serão escritas para relatar o feito uma me chama mais a atenção. Uma história sobre aproveitar as oportunidades da vida. O conhecimento popular é povoado de frases prontas para este tipo de situação. Pessoas passam uma vida buscando uma oportunidade. Uma chance de conseguir o que desejam. Ontem vimos isso claramente.


Jaílson Marcelino dos Santos, mais um brasileiro que sonhou ganhar a vida com o amor pelo futebol. Mais um brasileiro com dificuldades financeiras e que se valeu de toda a ajuda possível da família para seguir o sonho. Em 2003, aos 22 anos, foi contratado pelo Campinense/PB. Conseguiu o sonho, ou quase dado a realidade do futebol brasileiro. Durante 11 anos de carreira passou por São José, Ituano, Guaratinguetá, Juventude, Oeste e Ceará. Até que em 2014 chegou ao Palmeiras. Onze anos trabalhando em clubes de pequena e média expressão. Onze anos vivendo o sonho de infância. Para ser terceiro goleiro aos 34 anos.
Tinha à sua frente uma promessa da base e um goleiro de Seleção, Fernando Prass. Eis que em um infortúnio pela seleção, Prass se contunde. Jogo seguinte, o reserva Vágner, joga mal em um clássico. A bronca de substituir um ídolo do clube então cai para o desconhecido Jaílson. Contudo, além de escrever sua história, Jaílson lê o mundo diferente da maioria. Onde eu escrevo bronca ele lê oportunidade. Tratou-a como a bola que tanto conhecia e não ia deixá-la passar. Curiosamente, no time que tem o orgulho escrito em verde, a esperança na carreira foi renovada
Jogou 18 partidas. Sofreu 11 gols. Média de 0,61 gols por partida. Invicto. Campeão. Por um time gigante que por 22 anos não conquistava o Brasileirão. Ao sair do campo tinha todo o direito de expor o seu valor construído por muito trabalho. Ao invés, agradeceu a avó que costurava suas calças surradas de goleiro. Agora que mostrou seu valor a reserva do Palmeiras parece pequena para o antes desconhecido.
Daqui a muito tempo o registro histórico ainda terá o seu nome entre os campeões de 2016. Ele estará no poster de alguma criança palmeirense, para sempre. Mas o poster não conta essa história. O pôster mostra as conquistas, apenas as conquistas. Deixa passar o trabalho por trás do resultado e principalmente a história de alguém que não deixou passar a oportunidade da vida. Que outras crianças possam olhar para esse exemplo e saibam que devem estar sempre preparadas. A oportunidade sempre vêm.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A censura bate na trave

Nada como um belo domingo na capital paulista, palmeirenses em clima de título, famílias indo pro estádio, casais, idosos, crianças, tudo na mais perfeita harmonia. Não fosse mais uma medida completamente descabida e sem o mínimo de bom senso, que deixou o mundo da arquibancada abismado novamente, um pai que levou sua pequena palmeirense para assistir ao jogo foi barrado na entrada pela PM: a menina estava com o rosto pintado e foi impedida de entrar, pois tal pintura dificultaria sua identificação. O pai contornou a situação, lavou o rosto dela e entraram para ver a partida que poderia dar o título ao alviverde.
Criança censurada na porta do Allianz Parque

Sim, foi exatamente isso que você leu, uma menina de sete anos foi impedida de entrar no estádio sob o argumento de que isso dificultaria sua identificação. Claro que normas e orientações existem para serem cumpridas, mas este fato beira o ridículo e causa completa estranheza ao torcedor de bem. Não vimos tal rigor para que sejam identificados certos elementos que frequentam estádios por todo o país, infiltrados em torcidas organizadas, que promovem verdadeiras selvagerias e atos ilícitos nas arquibancadas, coagem torcedores, usam drogas, utilizam artefatos altamente nocivos, como bombas caseiras, armas brancas, e isso não é exclusividade do time A, B ou C. Já que não se acha uma solução, e os sujeitos responsáveis pela organização e segurança dos jogos claramente não entendem o ambiente que cerca uma partida, seja ela qual importância tiver, valendo ou não um título nacional, de um time gigante, um clássico ou o que seja, as medidas punem os justos, aquele torcedor que chega mais cedo ao estádio pra tomar uma cerveja, comer um churrasco e jogar conversa fora não pode mais fazer isso. Novamente o Allianz Parque é exemplo aqui, a PM resolveu isolar a área que cerca o estádio em dias de jogo do Palmeiras, só transitam pessoas com ingresso e moradores, se eu quiser ir antes do jogo para curtir o clima e ir embora não posso, tudo em nome da “segurança da sociedade”, se eu pretendo ir fantasiado, como costumávamos ver diversas vezes, ou com uma simples pintura no caso dessa garotinha e seu pai, também é proibido sob a batuta da “manutenção da ordem”.


O que mais faltam inventar para coibir a festa nas arquibancadas? É inadmissível que essas ações não visem punir os verdadeiros baderneiros e pilantras, que usam o estádio como palco para exibicionismos de covardia e violência, e o torcedor comum, que não tem condições de pagar planos de sócio para ele ou sua família, é afastado cada vez mais dos jogos preferindo o sossego de casa ou de um restaurante próximo a sua residência. Imagine você, que hoje ou daqui a alguns anos pretende levar seu filho ou filha para um jogo, resolve sair de casa animado com o dia que pode ser inesquecível para sua família, o começo de uma nova paixão pelo clube de coração, e se depara com uma situação absurda desta? Ser impedido de entrar porquê está usando um adereço do time, ou está caracterizado como o mascote, fantasiado ou algo que faça menção a festa. Fica aqui um sentimento não de raiva, mas de completa inércia e impotência sobre estas censuras ao direito de ir e vir que atingem o torcedor constantemente, e pasmem, medidas estas tomadas pelos manda chuvas do mundo da bola.

Essa é a cara deste que vos escreve

Denis Mourão, torcedor estupefado com as barbaridades que lê e vê, e o Vasco ainda por cima não colabora neste fim de ano. Até breve caro leitor. /+/

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Profissionalismo no dos outros é refresco

Em um dos livros mais importantes do século XX, George Orwell criticou entre outras coisas o uso da linguagem pelo estado. Em 1984 Orwell mostrou o poder que denominar algo tem para a formação do pensamento humano, usando como um dos  exemplos o ministério da paz, o qual era responsável por todas as atividades de segurança interna e externa do país. Não estávamos mais tratando de guerra, apesar de ser isso que de fato tratava o ministério da paz. Não passa despercebido que este tipo de manipulação também é utilizada sem problemas nos departamentos de propaganda e marketing mundo afora.
O mundo esportivo é um dos pontos mais altos do poder de marketing no mundo moderno. Os grandes atletas devem ser exemplos de cidadão, modelos para roupas, relógios, carros, perfumes e ainda para crianças e adolescentes.Não podem ter visões políticas polêmicas ou consideradas extremadas pelo público alvo de seus patrocinadores. Todo esse processo está óbvio presente no futebol e todo esse texto vem por causa dessa foto tirada após a vitória contra a Escócia, e portanto antes do amistoso contra a Espanha.


Wayne Rooney, o maior goleador que já vestiu a camisa dos 3 leões com 53 gols, foi fotografado embriagado em uma festa com duas garotas ao seu lado. Em outras fotos do tablóide Rooney é visto quase sem conseguir se manter em pé sozinho. E o mundo do futebol inglês quase veio abaixo com isso. Opinião do clube, do Manager e do técnico inglês e da FA e é claro das empresas que patrocinam todos os diretamente relacionados ao atleta. Nessa busca pela próxima manchete foram perguntar a Jurgen Klopp a sua opinião (perceba que Klopp não treina nem nunca treinou Wayne Rooney).
Eis que Klopp sai com uma das melhores respostas possíveis. “Eu sei que estamos no lado ensolarado da vida, ganhamos muito, temos o trabalho que amamos, talvez venha como uma surpresa que também somo humanos. Algumas vezes nós somos convidados para casamentos, aniversários ou o que seja. Se te oferecem uma bebida você pode dizer não, mas não é assim que a vida funciona.” O manager alemão continua “Essa geração é uma das mais profissionais que a Inglaterra já teve. Todas as lendas que amamos bebiam como demônios e fumavam como loucos e eu não conheço ninguém que faz isso hoje em dia.”  Chamo aqui a atenção para a palavra que ele usou para qualificar a geração inglesa. Profissionais.
Dessa declaração do Klopp tiro duas considerações. Primeiro, Klopp não conhece O didico. Segundo ser profissional é lutar contra a própria humanidade em você. É isso que o mundo esportivo de alto rendimento se tornou. Não só pelo avanço científico e de rendimento, que merece um texto aparte, a imposição por uma imagem a ser vendida faz com que os jogadores precisem ser modelos de comportamento a serem expostos, admirados e usados.
Até que ponto é justo cobrar do jogador tudo isso? Existe uma frase atribuída a George Best um dos maiores jogadores de todos os tempos que diz “Gastei metade do meu dinheiro com bebidas, mulheres e carros rápidos. O resto eu desperdicei” Você consegue ver algum atleta com essa atitude hoje em dia? Mas e se eu perguntar se você consegue ver algum ser humano com essa atitude? Talvez você que lê poderia querer uma vida mais hedonista como a de Best.
Em nome dos resultados em campo e financeiros os atletas não podem aproveitar a vida como a maioria de nós gostaríamos de aproveitar a nossa. Não precisamos ir aos exageros de Best para isso. No futebol das marcas ter opinião religiosa ou política é quase crime e os contratos vem com clausulas de conduta. Não permitimos que o atleta expresse sua humanidade de ser falho. Modelos à venda não podem ser falhos.
Garrincha, Sócrates, Gerd Muller, Cantona, George Best, Casagrande e Maradona. Nenhum deles seria visto da mesma forma no futebol de hoje. Talvez não tenhamos esses jogadores devido ao tolhimento em nome do profissionalismo. Será que hoje seria possível ter um movimento como a democracia corinthiana em um país dividido como o nosso no momento? Será que algum clube do mundo iria contratar O Garrincha hoje? Ou O Maradona? Tenho receio de que todas as respostas seriam ‘não’. E por quê? Pois estes jogadores não são profissionais. Eles são falhos. Eram jogadores de futebol. Quase deuses quando em campo e falhos como eu e você fora dele. Com o dinheiro e poder rápidos vem cobrança e vigilância constantes.  Em nome do profissionalismo, recusaríamos o futebol destes e talvez estejamos recusando de alguns hoje. Em nome do profissionalismo, não aceitamos as falhas humanas daqueles que devem ser modelo aos outros antes de viverem a própria vida. Em nome do profissionalismo desumanizamos o jogador e por fim a nós mesmos quando usamos como exemplo uma imagem artificial, incompleta e imposta.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Cri$$$tiano Ronaldo, máquina de gols e dinheiro

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, certamente mesmo que você nunca tenho assistido uma partida de futebol já ouviu ou leu o nome do português, dono de marcas espetaculares na carreira uns o taxam de arrogante, prepotente e narcisista, outros vêem no gajo um dos atletas mais incríveis que já vimos no esporte e tem na competitividade uma das suas características mais marcantes, chegando a protagonizar cenas curiosas em jogos e treinos.  Mas a carreira do portuga é incrível desde o começo, e sua gana por vitórias e mais vitórias já era percebida desde os tempos de Sporting de Lisboa até sua chegada ao poderoso Manchester United na Inglaterra, onde ganhou tudo e mais um pouco tanto no âmbito coletivo e individual: campeonato inglês, UEFA Champions League, a tão sonhada Bola de Ouro, gols e mais gols, o português despertou o sonho do poderoso Real Madrid e embarcou rumo a Espanha, atrás de mais motivação e marcas incríveis. E este ano, ele ajudou a levar sua seleção nacional ao belo título da Eurocopa.

        Prazer leitor

Perceba que nesta breve introdução  dei ênfase às marcas e recordes do gajo e isso desperta o interesse, claro, de marcas mundialmente conhecidas que buscam ter sua imagem ligada ao sucesso, às conquistas e ao perfil dele como pessoa e atleta. Veja se você conhece as seguintes “brands”: Armani, Kentucky Fried Chicken, Herbalife, Castrol, Tag Heuer, Pokerstars, Clear, CR7 Footwear, Hoteis Pestana CR7, Nike...é amigo, é um arsenal dos mais repletos segmentos representados numa só pessoa. Automobilístico, roupas, relógios, moda, entretenimento, alimentação, Ronaldo acumula além de suas conquistas muita, muita grana mesmo, e esta semana foi anunciada a assinatura de um contrato vitalício com a Nike, fornecedora de material esportivo pessoal dele, com um valor fixo e outro montante variável.

                                          Evento da Castrol e sua grande estrela

Pô Denis, só fala de marca,nome, blá blá blá, cade o $$$? Vê aí um pouco do potencial da fera:


  • Salário no clube – 32 milhões de euros/ano (mais bônus por desempenho individual e coletivo);
  • Pokerstars – 2 milhões de euros por ano, desde 2015;
  • Castrol – 6 milhões de euros por ano, desde 2009;
  • Kentucky Fried Chicken – acordo voltado para o mercado asiático, rende 1,5 milhões de euros por ano desde 2013;
  • Hotéis – Ronaldo investiu aproximadamente 15 milhões de euros e construiu dois prédios, um em Funchal e outro em Lisboa;
  • Novo acordo com a Nike – 20 milhões de euro/ano (valor fixo, que pode variar até 40mi/ano);
  • Faturamento dos patrocinadores – 176 milhões de dólares/ano (aqui tratamos do retorno que a marca obtém investindo no craque, este valor é o somatório total das marcas em questão);
  • Valor de mercado – 130 milhões de euros (o Real não deve imaginar vender seu maior astro, tendo inclusive seu contrato renovado até 2021);


Todos os valores são aproximados, nós do blog buscamos referências em conceituados portais, como: Transfermarket; Forbes; Espn; Skysports.

                                              CR7 no anúncio de sua renovação com o Real

A receita é infalível, enquanto o cara é uma máquina de gols e desempenho em campo, seus patrocinadores pagam rios de dinheiro ao atleta e têm todo o tipo de retorno possível e imaginável, aquela propaganda escrota do ClearMen anticaspa, o gajo simulando partidas de poker no seu celular, é impressionante a quantidade de associações que são feitas nessa relação atleta – patrocínio. Mas como o Return on investiment funciona? Vejamos de uma maneira simplificada a fórmula: ROI (%) = [(Lucro – Custo do Investimento) / Custo do investimento] x 100; imagine que a Pokerstars pagou 1 milhão de euros numa campanha estrelada por Ronaldo, e teve retornos em seus torneios arrecadando 4 milhões, temos que [(4 – 1) / 1] X 1 =  3, A ABSURDA marca de 300% de ROI.

Caramba e ainda tem a grana que ele embolsa no clube né? Exatamente camarada, mais dinheiro, mais rentabilidade, mais retorno. Num clube de ponta como o Real Madrid a marca é explorada com primor, expansão a Ásia já é realidade, contratos multimilionários com fornecedor de material esportivo, patrocínios de camisa, placas de publicidade em centros de treinamento e um tipo peculiar de associação, muito comum em potências européias. Para celebrar grandes títulos, ou inícios de temporada, o pessoal recebe alguns “brinquedinhos” para usar, carros da marca Audi, geralmente lançamentos, são “doados” para os jogadores exibirem nas ruas e criar ainda mais a sensação de poder e sucesso, aliados a Audi e o potencial do clube.


Uns chamam de exagero, outros apenas apreciam, há ainda aqueles que insistem em minimizar o portuga, e ressaltar sua rivalidade com Lionel Messi...eu prefiro apenas assistir os gols, jogos, e saber que um dia poderei contar aos meus filhos que vi um dos melhores atletas que o mundo do esporte presenciou, independente da conta bancária dele aumentar ou diminuir, e torcer também pra quem sabe um dia ganhar 1% dessa grana aí.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Saiu o regulamento do Cearense2017 e ficou oh...uma b0$%@!

Depois de um interminável imbróglio judicial devido à tremenda desorganização ocorrida na Segunda Divisão do Campeonato Cearense de 2016, com diversos WO's, time sem pagar taxa de arbitragem, entrando na justiça pra pleitear uma vaga na elite de 2017 - o Ferroviário vai ter de se contentar em disputar a segundona novamente, provavelmente - e após o STJD ordenar a realização do Congresso Técnico do Campeonato Cearense de Futebol da Primeira Divisão de 2017, foi definida a fórmula de disputa do certame do ano vindouro. E é uma lástima.
Crédito da imagem ao Diário do Nordeste

Em linha gerais temos: uma primeira fase disputada em turno único entre os dez times. De cara, os dois piores classificados são rebaixados à segunda divisão. Mas qual o sentido de termos, entre dez participantes, oito classificados à segunda fase? Quase que nulifica esse primeiro turno, especialmente para Fortaleza e Ceará, visto que são os times que indefectivelmente ocupam as primeiras posições na tabela. Concluído esse primeiro estágio temos o já conhecido chaveamento: 1ºx8º, 2ºx7º, 3ºx6º e 4ºx5º. Os times agora se enfrentam em dois jogos, ida e volta, sem vantagem de gols fora, saldo de gols ou melhor campanha. Em caso de resultados iguais teremos a decisão por 
pênaltis.

Cartolas durante a realização da reunião que definiu a fórmula de disputa do 'Cearensão 2017'


Na sequência temos a realização das semi-finais no formato de mata-mata, esse ano com uma novidade: o playoff. Mas o que seria isso? Realizar-se-ão duas partidas, ida e volta, em que também não serão considerados o saldo de gols ou os gols fora como critério de desempate. Em caso de resultados iguais, teremos a realização de um terceiro jogo, o playoff, no campo do time de melhor campanha.   

Se o futebol cearense não existisse, teria de ser inventado.

Chegamos à grande final(Ufa!). As duas equipes sobreviventes disputarão mais dois jogos, com regulamento semelhante à semifinal e, portanto, a realização do playoff se necessário. Dessa bagunça organizacional sairá o campeão cearense de 2017. 

Algumas considerações necessitam ser feitas:
- O Ferroviário ainda não esgotou todas as instâncias esportivas e promete ir até a justiça comum, se necessário, para garantir sua participação na elite de 2017. Um possível resultado disso seria a paralisação do certame do ano que vem no meio de sua realização, vide a lentidão com que anda nossa justiça.
- Qual a necessidade de garantir-se a passagem de OITO equipes (de DEZ) pra segunda fase? Mesmo a argumentação de dar maior 'emoção e competitividade' ao torneio não se sustenta. Na prática, o que se tem é a desvalorização dessa primeira parte do torneio, especialmente por Ceará e Fortaleza.
- As frequentes mudanças na estrutura e regras do campeonato tendem à desvalorizá-lo. Lógico que o encolhimento do calendário e a menor quantidade de datas disponíveis para a realização das rodadas atrapalha, mas com mais organização e seriedade seria possível encontrar uma fórmula sustentável e que agradasse à maioria das equipes. 

Federação e clubes: parabéns aos envolvidos nessa bagunça.

Assim segue o futebol cearense. Num mar de bagunça e amadorismo. Mesmo assim (e infelizmente) é o único título que os grandes locais costumeiramente tendem a ganhar ano após ano, já que os campeonatos nacionais passaram longe do alcance ultimamente. Torçamos e cobremos de nossos dirigentes mais seriedade e profissionalismo. Só assim o futebol cearense, de torcida vibrante, apaixonada e presente, terá a merecedora presença de destaque no cenário nacional. Não é difícil(que o diga Santa Catarina, por exemplo, com seus times constantemente presentes na Série A, além da histórica campanha da Chapecoense na Copa Sul-Americana desse ano.)

Até a próxima. E, se me permitem, diz aqui o coração tricolor: que venha o tri! :) Um abraço.


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Curtas memórias de um ídolo



Semana retrasada, mais precisamente no dia 20/10/2016, completou-se 25 anos do tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula 1 no Japão. Um feito épico e que inspira pessoas no mundo do automobilismo até hoje, pilotos, mecânicos, diretores, muita gente que conviveu com ele durante anos e que fazem inúmeros relatos do quão espetacular Ayrton foi dentro e fora das pistas. Em 1991, este que vos escreve tinha apenas 4 anos e as poucas coisas que lembro ou assisti de Senna são frutos de vagas lembranças das manhãs de domingo, onde o país parava para comemorar vitórias certas do piloto, matérias e vídeos que vejo até hoje são os componentes de minha memória sobre este gênio do esporte.

Se me atrevesse a fazer um relato de sua trajetória, por mais breve que eu quisesse, seria impossível de faze-lo aqui neste humilde espaço. Ayrton é tema de inúmeros materiais sobre sua vida pessoal e profissional, dono de uma personalidade forte e que sempre provou estar à frente de seu tempo, características dos gênios, ele buscava sempre a melhoria das condições de competição, era duro com os chefões do circo da F1 e muitas vezes se metia em controvérsias com pilotos. Há uns dois anos atrás assisti um documentário, bem emocionante por sinal, que fazia um relato desde seu começo nas pistas, sua vida pessoal também, até o fatídico dia em Imola que encerrou abruptamente a vida do piloto deixando um misto de saudade e orgulho por tudo que ele representa e representou até hoje, mas não falemos disto. Caso você que está lendo agora não conheceu o Senna, faça uma rápida busca na internet, vídeos com manobras espetaculares, o socorro heróico a um companheiro na pista e que teve um final feliz, vitórias inacreditáveis e a famosa trilha sonora que ditava o ritmo das manhãs de domingo são algumas coisas que você poderá ter o prazer de assistir, mesmo que não entenda muito de corridas, verá que havia uma atmosfera incrível de emoção que envolvia o piloto e seus feitos dentro e fora dos traçados desafiadores.

No exterior Senna é considerado um ícone do esporte por tudo que fez dentro e fora das pistas, inclusive um instituto social que carrega seu nome e tem como responsável sua irmã Viviane Senna, Ayrton foi a personificação de sonho de crianças e jovens da época. Um bom vivant clássico, e muito apegado aos familiares e amigos mais próximos, certamente Senna tem mais admiradores do que se possa imaginar, tendo a curiosa alcunha de Samurai das Pistas no Japão, e adorado pelo povo nipônico. Quando criança, por volta de uns sete ou oito anos, ganhei uma camisa do Seninha, personagem criado para ajudar a imortalizar a figura do piloto e que fez bastante sucesso na época e hoje, depois de marmanjo, tenho uma pequena foto sua em um dos vários pódios na carreira com a seguinte frase: No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.” 

Sem dúvidas Senna ajudou a alegrar muitas vidas, mesmo que por pouco tempo naqueles domingos, seja de pessoas próximas ou de quem ele nunca conheceu, que é o meu caso e de outros tantos milhões de brasileiros que sempre vão se lembrar dele da melhor forma possível.




Obrigado Ayrton!

Denis Mourão - Administrador, corredor e vascaíno sim senhor /+/