domingo, 24 de dezembro de 2017

Obrigado, João!



Onde você estava oito anos atrás? O que você fazia? Eu estava entrando na faculdade. Tinha 17 anos. Dirigir? Nem pensar. Muita coisa aconteceu na minha vida nesse tempo. Namorei, terminei e namorei de novo. Terminei graduação, mestrado e agora sou doutorando. A copa chegou na África e voltou ao Brasil. A chama olímpica conheceu o Rio e voltou a brindar o Tâmisa. Mudamos de presidente, duas vezes. Imagino que se você parar pra pensar em tudo que aconteceu nesse tempo muito passará pela memória e muito mais passará batido junto com a areia do tempo.
Mas esse texto não é sobre mudanças. Esse texto é para humildemente falar de uma história sólida. Como ferro. Em 2009 chegava ao alvinegro cearense, João Marcos Alves Ferreira. Quantas vezes o observei. Formou assim que chegou um dos meios-campos mais sólidos a passar pelo Nordeste com Michel e Heleno. Nascia um novo ídolo.

                             João comemora seu segundo acesso à Série A  com a camisa do Ceará

Durante esses oito anos consolidou a fama e a forma de volante. Tornou-se indispensável, idolatrado. Participou de uma das fases de maior sucesso do time que amo. Cinco estaduais, uma copa do Nordeste invicto, 2 acessos. Incontáveis momentos de extravaso ao vê-lo encerrando a jogada adversária sem pestanejar. Com sobras. Se duvidares, pergunte ao Neymar.
Em um futebol tão mercantilizado em que vivemos é comum escutar que os jogadores de hoje não são como os de outrora. Ficamos a escutar as histórias de torcedores com mais tempo de bancada sobre os ídolos que construíram a história do time que amamos. Contudo, é nosso dever estar atento para quando a história passa diante dos nossos olhos. Quando novos ídolos nascem.
João Marcos já possui bandeira, música e história no Ceará Sporting Club. Acertadamente terá treinamento e um emprego nas bases do clube. Terá também a memória de centenas de milhares de torcedores que dirão ao seus filhos, “sim filho, eu vi o João Marcos jogando” e riremos quando nossos filhos ou netos não acreditarem nos lances. Terá sempre o nome em cada conquista. Terá sempre o meu muito obrigado!


Com João, o Ney não se cria...

Oliveira Terceiro