terça-feira, 8 de novembro de 2016

Saiu o regulamento do Cearense2017 e ficou oh...uma b0$%@!

Depois de um interminável imbróglio judicial devido à tremenda desorganização ocorrida na Segunda Divisão do Campeonato Cearense de 2016, com diversos WO's, time sem pagar taxa de arbitragem, entrando na justiça pra pleitear uma vaga na elite de 2017 - o Ferroviário vai ter de se contentar em disputar a segundona novamente, provavelmente - e após o STJD ordenar a realização do Congresso Técnico do Campeonato Cearense de Futebol da Primeira Divisão de 2017, foi definida a fórmula de disputa do certame do ano vindouro. E é uma lástima.
Crédito da imagem ao Diário do Nordeste

Em linha gerais temos: uma primeira fase disputada em turno único entre os dez times. De cara, os dois piores classificados são rebaixados à segunda divisão. Mas qual o sentido de termos, entre dez participantes, oito classificados à segunda fase? Quase que nulifica esse primeiro turno, especialmente para Fortaleza e Ceará, visto que são os times que indefectivelmente ocupam as primeiras posições na tabela. Concluído esse primeiro estágio temos o já conhecido chaveamento: 1ºx8º, 2ºx7º, 3ºx6º e 4ºx5º. Os times agora se enfrentam em dois jogos, ida e volta, sem vantagem de gols fora, saldo de gols ou melhor campanha. Em caso de resultados iguais teremos a decisão por 
pênaltis.

Cartolas durante a realização da reunião que definiu a fórmula de disputa do 'Cearensão 2017'


Na sequência temos a realização das semi-finais no formato de mata-mata, esse ano com uma novidade: o playoff. Mas o que seria isso? Realizar-se-ão duas partidas, ida e volta, em que também não serão considerados o saldo de gols ou os gols fora como critério de desempate. Em caso de resultados iguais, teremos a realização de um terceiro jogo, o playoff, no campo do time de melhor campanha.   

Se o futebol cearense não existisse, teria de ser inventado.

Chegamos à grande final(Ufa!). As duas equipes sobreviventes disputarão mais dois jogos, com regulamento semelhante à semifinal e, portanto, a realização do playoff se necessário. Dessa bagunça organizacional sairá o campeão cearense de 2017. 

Algumas considerações necessitam ser feitas:
- O Ferroviário ainda não esgotou todas as instâncias esportivas e promete ir até a justiça comum, se necessário, para garantir sua participação na elite de 2017. Um possível resultado disso seria a paralisação do certame do ano que vem no meio de sua realização, vide a lentidão com que anda nossa justiça.
- Qual a necessidade de garantir-se a passagem de OITO equipes (de DEZ) pra segunda fase? Mesmo a argumentação de dar maior 'emoção e competitividade' ao torneio não se sustenta. Na prática, o que se tem é a desvalorização dessa primeira parte do torneio, especialmente por Ceará e Fortaleza.
- As frequentes mudanças na estrutura e regras do campeonato tendem à desvalorizá-lo. Lógico que o encolhimento do calendário e a menor quantidade de datas disponíveis para a realização das rodadas atrapalha, mas com mais organização e seriedade seria possível encontrar uma fórmula sustentável e que agradasse à maioria das equipes. 

Federação e clubes: parabéns aos envolvidos nessa bagunça.

Assim segue o futebol cearense. Num mar de bagunça e amadorismo. Mesmo assim (e infelizmente) é o único título que os grandes locais costumeiramente tendem a ganhar ano após ano, já que os campeonatos nacionais passaram longe do alcance ultimamente. Torçamos e cobremos de nossos dirigentes mais seriedade e profissionalismo. Só assim o futebol cearense, de torcida vibrante, apaixonada e presente, terá a merecedora presença de destaque no cenário nacional. Não é difícil(que o diga Santa Catarina, por exemplo, com seus times constantemente presentes na Série A, além da histórica campanha da Chapecoense na Copa Sul-Americana desse ano.)

Até a próxima. E, se me permitem, diz aqui o coração tricolor: que venha o tri! :) Um abraço.


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